15 mulheres importantes da história que marcaram época


Ana Beatriz Furtado
Ana Beatriz Furtado
Jornalista

Elas deixaram suas marcas e fizeram história! Ao longo dos anos algumas mulheres importantes para a história da humanidade deixaram o seu legado em trajetórias de vida surpreendentes. Algumas, ficaram marcadas por suas histórias há décadas e séculos atrás. Outras ainda estão vivas escrevendo jornadas muito significativas. Nas próximas linhas, nós listamos 15 mulheres que você precisa conhecer!

Cleópatra (69–30 a.C.)

Cleópatra, a última faraó do Egito, desempenhou um papel de imensa importância na história política e cultural do Egito. Suas habilidades estratégicas e diplomáticas excepcionais se destacaram ao consolidar alianças cruciais com líderes romanos proeminentes, como Júlio César e Marco Antônio, numa tentativa de garantir a soberania de seu país.

Seu reinado, caracterizado por avanços notáveis nas esferas econômica e cultural, solidificou sua posição como uma figura icônica na antiguidade. Contudo, em um episódio marcante em 30 a.C., durante uma batalha crucial, a rainha do Egito, diante da iminente captura e prisão por seus inimigos, escolheu o autoexílio em seu mausoléu e tirou a própria vida. Esse evento marcou o fim de sua dinastia e culminou na conquista do Egito por Roma.

Cleópatra
Desenho de Cleópatra, a rainha do Egito (Imagem: deviantart)

Joana d'Arc (1412–1431)

Joana d'Arc, heroína francesa durante a Guerra dos Cem Anos, desafiou as convenções sociais de sua época ao liderar tropas em batalhas cruciais para a França. Sua ousadia e firmeza não só definiram o rumo da guerra, mas também deixaram um legado duradouro como símbolo de resistência e empoderamento feminino.

Após anos dedicados ao serviço de sua pátria, Joana foi capturada e vendida ao exército inglês, enfrentando acusações infundadas de bruxaria que a levaram à terrível morte na fogueira. Contudo, ao longo dos anos, sua história foi reavaliada pela Igreja, resultando na beatificação e canonização de Joana d'Arc como santa, um reconhecimento tardio e significativo de sua coragem e devoção à França.

Joana d‘Arc
Pintura de Joanna D´Arc por Léon-François Bénouville (Imagem: wikimedia)

Ada Lovelace (1815–1852)

Ada Lovelace foi uma renomada matemática e escritora britânica, aclamada como a primeira programadora de computadores. Seus trabalhos incluíram o desenvolvimento do primeiro algoritmo interpretado por uma máquina, estabelecendo assim os alicerces fundamentais para a ciência da computação e a programação.

Desde a infância, Ada demonstrou um profundo interesse pela matemática e pelas ciências, o que a conduziu a uma participação marcante na história da computação. Seu legado é vasto e influente no campo da informática, servindo como fonte de inspiração para inúmeras mulheres cientistas ao longo dos anos.

Ada Lovelace
Pintura de Ada Lovelace por Alfred Edward Chalon (Imagem: snl)

Marie Curie (1867–1934)

Marie Curie foi uma cientista pioneira cujo trabalho revolucionou a compreensão da radioatividade. Sua dedicação incansável à pesquisa científica resultou em conquistas notáveis, culminando em dois Prêmios Nobel em campos distintos: física e química. Marie Curie não apenas se tornou a primeira pessoa, mas também a única mulher a receber tal honra em duas disciplinas científicas.

Além de ser um ícone feminino na ciência e de seu comprometimento com a pesquisa e causas sociais, ela enfrentou desafios pessoais. A luta contra a depressão, iniciada após a perda de sua mãe, não impediu seu extraordinário desempenho durante a Primeira Guerra Mundial. Nesse período, ela atuou intensamente como radiologista, deslocando-se pelos fronts com um aparelho de Raio-X móvel que ela mesma contribuiu para fabricar.

Marie Curie
Retrato de Marie Curie (Imagem: wikimedia)

Amelia Earhart (1897–1937)

Amelia Earhart foi uma aviadora americana que desafiou as barreiras de gênero ao se tornar a primeira mulher a voar sozinha sobre o Oceano Atlântico. Sua coragem e determinação não apenas fizeram história, mas também serviram como fonte de inspiração para inúmeras mulheres. Em outro feito notável, Amelia atravessou o Pacífico, partindo do Havaí e chegando à Califórnia. Em 1935, estabeleceu um recorde singular de velocidade ao realizar a rota da Cidade do México para Nova Iorque em catorze horas e dezanove minutos.

Entretanto, em junho de 1937, durante sua ambiciosa travessia global ao lado do navegador Frederick Noonan, o avião que pilotava desapareceu misteriosamente enquanto seguia a rota de Lae, Nova Guiné, para as ilhas Howland. O destino final de Earhart permanece um enigma, mas seu legado como pioneira na aviação e defensora da igualdade de gênero continua a inspirar mulheres até os dias de hoje.

Amelia Earhart
Amelia Earhart, pioneira da aviação (Imagem: picryl)

Nise da Silveira (1905–1999)

Nise da Silveira foi uma psiquiatra e psicanalista brasileira que revolucionou o tratamento de pacientes psiquiátricos, especialmente aqueles diagnosticados com esquizofrenia. Contrariando métodos convencionais, Nise introduziu abordagens terapêuticas criativas, como a arteterapia, permitindo que os pacientes expressassem suas emoções por meio da arte.

Nise enfrentou perseguições durante o regime autoritário por suas posições consideradas suspeitas e associadas ao comunismo. Presa em 1936, sua trajetória profissional persistiu, e em 1975, mesmo após a aposentadoria, continuou seus estudos em psiquiatria, recebendo reconhecimento internacional. Ao longo da vida, Nise da Silveira acumulou inúmeros prêmios pelo seu trabalho inovador que contribuiu para uma compreensão mais humanizada da saúde mental, desafiando estigmas e promovendo a inclusão social dos pacientes.

Nise da Silveira
Nise da Silveira dedicou a vida a pessoas com doenças psiquiátricas (Imagem: Arquivo Nise da Silveira)

Simone de Beauvoir (1908–1986)

Filósofa, escritora e feminista francesa, Simone de Beauvoir desempenhou um papel fundamental na teoria existencialista e no movimento feminista. Sua obra mais influente, "O Segundo Sexo", é um marco na teoria feminista, explorando a opressão das mulheres e defendendo a independência feminina.

Além de seu trabalho filosófico, Beauvoir foi uma intelectual engajada, companheira de Jean-Paul Sartre, com quem manteve um relacionamento aberto por mais de 50 anos. Simone foi uma voz essencial na luta pelos direitos das mulheres, desafiando normas sociais e contribuindo para a evolução do pensamento feminista.

Simone de Beauvoir
A escritora Simone de Beauvoir em visita a Pequim (Imagem: wikimedia)

Madre Teresa de Calcutá (1910–1997)

Madre Teresa, missionária católica e humanitária, nasceu na cidade de Skopje, atual capital da Macedônia do Norte, e dedicou sua vida ao serviço dos doentes e dos pobres em Calcutá, Índia. Madre Teresa iniciou suas aulas para crianças desfavorecidas. Expandindo sua missão, começou a oferecer atendimento médico básico às famílias dos alunos. Em 1949, obteve autorização para fundar a congregação das Missionárias da Caridade, que agora está presente em mais de 130 países com cerca de 5000 membros.

Ela fundou um lar infantil para órfãos, proporcionando alimentação, cuidados médicos e educação, além da casa de repouso Nirmal Hriday para moribundos e a colônia Shanti Nagar para pessoas com hanseníase. O reconhecimento crescente levou a expansões em outras partes da Índia e, a partir da década de 1960, a congregação estendeu sua atuação internacional. Em 1979, ela recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Após sua morte, foi canonizada pela Igreja Católica por sua dedicação desinteressada aos mais necessitados.

Madre Teresa de Calcutá
A missionária Madre Teresa de Calcutá (Imagem: flickr)

Rosa Parks (1913–2005)

Rosa Parks desencadeou o movimento dos direitos civis nos Estados Unidos, em 1955, ao se recusar a ceder seu assento a um homem branco em um ônibus segregado. Por violar a lei de segregação do código da cidade de Montgomery, Rosa foi detida e levada à prisão. Seu ato de resistência pacífica desencadeou o boicote aos ônibus da cidade, um evento crucial na luta contra a segregação racial e pela igualdade de direitos.

O movimento durou 382 dias. Após muita luta, Martin Luther King e o sacerdote branco Glen Smiley entraram em um ônibus, ocupando os primeiros lugares juntos, marcando um momento crucial no movimento dos direitos civis. Rosa, então, foi reconhecida como a "mãe do moderno movimento dos direitos civis". Porém, ela ainda enfrentou ameaças de morte e dificuldades de emprego. Em 1957, mudou-se para Detroit, Michigan, e tornou-se diaconisa da Igreja Episcopal Metodista Africana.

Rosa Parks
Fotografia de Rosa Parks com Dr. Martin Luther King Jr. (Imagem: wikimedia)

Indira Gandhi (1917–1984)

Indira Gandhi, primeira mulher a ocupar o cargo de Primeira-Ministra da Índia, desempenhou um papel crucial em eventos históricos, incluindo a Guerra Indo-Paquistanesa de 1971, que levou à independência de Bangladesh. Sua liderança forte e carisma a estabeleceram como uma figura influente na política indiana. Além de seu papel destacado na política indiana, Indira enfrentou momentos desafiadores em sua carreira política.

Durante seu segundo mandato como primeira-ministra, em 1975, ela declarou um estado de emergência, suspendendo direitos civis em resposta a instabilidades políticas e sociais. Essa decisão gerou controvérsias e críticas. No entanto, seu retorno ao poder em 1980, após um breve período fora do cargo, demonstrou a resiliência de sua liderança e a aceitação de uma parte significativa do eleitorado indiano. Em 1984, Indira foi tragicamente assassinada por dois de seus guarda-costas, destacando a complexidade sua notável trajetória política.

Indira Gandhi
Indira Gandhi, primeira mulher a ocupar o cargo de Primeira-Ministra da Índia (Imagem: flickr)

Anne Frank (1929–1945)

Uma menina judia alemã que ficou mundialmente conhecida por seu diário, escrito durante os anos em que sua família se escondeu dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Sua história, posteriormente publicada como "O Diário de Anne Frank", é um relato comovente e pessoal da vida durante o Holocausto, destacando não apenas os horrores do regime nazista, mas também a resiliência e a esperança da jovem Anne.

A vida de Anne foi interrompida quando sua família foi capturada pelos nazistas em 1944. Ela e sua irmã, Margot, foram deportadas para o campo de concentração de Auschwitz e posteriormente transferidas para Bergen-Belsen. Anne Frank faleceu em março de 1945, pouco antes da libertação do campo pelos Aliados. Apesar de sua morte prematura, o impacto de seu diário continuou a crescer após a guerra. A força de suas palavras transcendeu fronteiras, educando o mundo sobre os horrores do Holocausto.

Anne Frank
Uma jovem judia alemã Anne Frank (Imagem: flickr)

Jane Goodall (nascida em 1934)

Jane Goodall revolucionou o entendimento humano sobre primatas ao dedicar sua vida ao estudo dos chimpanzés na Tanzânia. Sua pesquisa inovadora revelou a complexidade emocional e social desses animais, contribuindo significativamente para a conservação da vida selvagem e a compreensão da interconexão entre todas as formas de vida.

Jane também desempenhou um papel crucial na defesa da conservação ambiental e na promoção do bem-estar animal. Ela dedicou-se a esforços de preservação, trabalhando para conscientizar o mundo sobre a importância da proteção da biodiversidade e dos habitats naturais. Fundadora do Instituto Jane Goodall, a britânica continua até hoje a ser uma ativista incansável, inspirando gerações a adotarem práticas sustentáveis para garantir um futuro equilibrado para a vida selvagem e para o planeta.

Jane Goodall
Jane Goodall com o chimpanzé Freud de Gombe (Imagem: denstoredanske)

Maria da Penha (nascida em 1945)

Maria da Penha Maia Fernandes é uma farmacêutica brasileira que se tornou um símbolo na luta contra a violência doméstica. Após sobreviver a duas tentativas de feminicídio por parte de seu marido, ela dedicou sua vida a buscar justiça e a promover a conscientização sobre a violência contra as mulheres.

O seu caso inspirou a criação da Lei Maria da Penha, uma legislação abrangente que visa coibir a violência doméstica no Brasil, representando uma mudança na abordagem legal desse crime. Maria da Penha também fundou um instituto, onde trabalha incessantemente para oferecer suporte às vítimas e promover a educação sobre os efeitos devastadores da violência doméstica. Sua trajetória ultrapassou as fronteiras nacionais, sendo reconhecida internacionalmente como símbolo de resistência e coragem.

Maria da Penha
A ativista brasileira Maria da Penha (Imagem: flickr)

Oprah Winfrey (nascida em 1954)

Oprah Winfrey, apresentadora de televisão americana e empresária, transformou a paisagem midiática e tornou-se uma das mulheres mais influentes do mundo. Além de seu impacto na indústria do entretenimento, após lutar muito para provar o seu valor e conquistar um espaço de destaque, ela é reconhecida pela promoção de discussões significativas sobre questões sociais, desde a promoção da educação até a defesa dos direitos civis.

Além de seu sucesso na mídia, Oprah é uma visionária cujo impacto se estende além dos holofotes. Sua generosidade filantrópica é evidente em iniciativas como a Oprah Winfrey Leadership Academy for Girls, uma escola na África do Sul que oferece oportunidades educacionais a meninas desfavorecidas. Seu compromisso em amplificar vozes sem representatividade a tornou uma figura icônica na indústria do entretenimento, e também uma líder inspiradora e defensora da justiça e igualdade.

Oprah Winfrey
A apresentadora americana Oprah Winfrey (Imagem: wikimedia)

Malala Yousafzai (nascida em 1997)

Malala Yousafzai, defensora paquistanesa dos direitos das mulheres e da educação, tornou-se uma voz proeminente ao desafiar os talibãs pelo direito à educação para as meninas. A jovem foi alvo de um atentado brutal em 2012, enquanto voltava da escola em Mingora, no Paquistão. Um homem armado entrou no ônibus escolar, perguntou por Malala e, em seguida, atirou contra ela. Malala foi atingida na cabeça e no pescoço, deixando-a gravemente ferida.

O atentado foi uma represália do Talibã paquistanês contra Malala por sua defesa apaixonada dos direitos das meninas à educação. Apesar da gravidade de seus ferimentos, Malala sobreviveu ao ataque. A coragem de Malala em enfrentar tal violência apenas fortaleceu sua determinação em continuar lutando pela educação e pelos direitos das mulheres. O Prêmio Nobel da Paz que recebeu em 2014 destacou sua notável contribuição para a causa e inspirou muitos a se engajarem na defesa desses direitos fundamentais.

Malala Yousafzai
Malala Yousafzai ganhou o Prêmio Nobel da Paz (Imagem: Fornecedor EPA, Fornecedor NTB scanpix)

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Ana Beatriz Furtado
Ana Beatriz Furtado
Jornalista, especializada em produção de conteúdo de entretenimento para o mercado digital. Foi repórter do Jornal do Brasil onde assinava uma coluna de moda e beleza e trabalhou por 5 anos no entretenimento da TV Globo.